sábado, 31 de janeiro de 2009

Às vezes queremos tanto, tanto, tanto que o nosso desejo realiza-se

Imaginem ter uma reunião marcada há mais de 3 semanas. Durante o início da tarde não me sentia muito bem. O frio que faz lá fora tirou-me a vontade toda de ir. Mas pensei eu, não vais desmarcar a reunião em cima da hora. Mas eu não queria mesmo nada ter de ir à reunião. Imaginei mil e uma maneiras de dizer que não podia ir. Até que preparo-me para sair de casa, a vontade cada vez menor. Antes de desligar o computador vou ver se tenho algum mail por ler.
Et voilá! A pessoa que marcou a reunião a dizer que não se sente bem e vai ter de adiar a reunião para outra data. Nem queria!! (Felizmente fui ver o mail senão tinha batido com o nariz na porta)

Há coisas que nunca mudam

Esta música é para mim uma das mais marcantes da minha vida, infelizmente marcante demais e por tempo a mais.

Elis, Tom e Chico, alguns dos que mais admiro, conseguiram aqui encerrar sentimentos únicos, cada qual com a sua contribuição: voz, música e letra.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Ritual das entrevistas

Hoje tive mais uma entrevista. Dias de entrevistas é dias de nervos. É preciso estudar a empresa, dar uma vista de olhos em algumas perguntas e respostas mais óbvias. Depois há também a parte da aparência, vestir fato, sapatos altos, um maquilhagem leve, arranjar as unhas e pintá-las de uma cor neutra, tudo para ter um ar profissional e elegante.

Sempre que vou a uma entrevista faço um filme inteiro na minha cabeça. Imagino como seria trabalhar ali, o caminho que teria que fazer. Imagino-me a frequentar aqueles pubs e restaurantes ali por perto e a durante muito tempo passar sempre pelos mesmos sítios. Apesar de relegarmos sempre para segundo ou terceiro plano o tempo que passamos a trabalhar, se contarmos todo esse tempo em toda a nossa vida é imenso. Muitas vezes estamos mais tempo no escritório, e com os nossos colegas de trabalho do que em casa com a nossa família.

A entrevista que fui hoje correu bem, mas estava nervosa. Nervosa estou sempre, mas hoje mais do que o costume. Não consegui almoçar e passei quase o dia todo sem comer. Os nervos eram muitos porque sabia que eu tinha que provar muita coisa nesta entrevista. Os requisitos eram imensos e a posição mesmo na minha área. No fim até correu bem, acho que consegui demonstrar que tenho uma experiência na área bastante sólida e ao mesmo tempo entusiasmo e optimismo.

Aqui em Londres já foi a mais entrevistas que em 6 anos de trabalho em Portugal. Em Portugal a 4 entrevistas que fui em 3 fizeram-me uma proposta de trabalho. Aqui as coisas são bem mais complicadas.

Aqui cada entrevista é um desafio. Mas é um desafio enorme. Primeiro é o inglês, agora já me começo a habitar mais, mas no início estava sempre muito insegura. Depois a quase todas as entrevistas que vou algum dos requisitos é também saber alguma outra língua europeia. Além de ter que saber me desenrascar com respostas inteligentes que lhes prove que tenho experiência, sou uma pessoa optimista e entusiástica no que faço ainda tenho de o fazer em várias línguas diferentes. Já tive aqui entrevistas em francês, espanhol, português além do óbvio em inglês que são todas.

Este ritual tem me enriquecido muito. Tem me feito superar a mim mesma algumas vezes e me dado a oportunidade de desafios bastante enriquecedores. Até agora ainda não consegui superar esta tarefa totalmente com sucesso. Mas quero acreditar no que diz a minha mãe - vai chegar a minha vez!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Favelas


"Seventeen percent of the population of Rio lives in Favelas. There are close to 550 in Rio alone, mostly located on former public land on the hillsides around the city. Perched above the beaches of Ipanema, Leblon and Copacabana, their inhabitabts have some of the best views in Brazil. The favelas of Rio are possibly the only place in the world where the poor live above the rich."

Nathan Coley in Urban/Wild

Hoje enquanto calcorreava as ruas de Londres à procura de emprego não resisti a comprar o livro no qual acima cito uma pequena parte. Sou fascinada pelo Rio e tudo a que ele se refira e não consigo resistir sem entrar nas inúmeras livrarias que existem em Londres e menos ainda consigo resistir às promoções que me apresentam livros interessantes a preços irrisórios.

A realidade sobre as favelas é algo sobre o qual gosto de ler. Nunca me vou esquecer de uma tarde que fui arranjar as unhas, enquanto passava umas férias no Rio em 2007 e a manicure muito conversadora começou a fazer-me um interrogatório devido ao meu sotaque e à minha falta de sol. (No Rio também existem muitas pessoas muito brancas como eu, se calhar até mais brancas e de olhos claros, mas lá todos estão bronzeados.) Curiosa entrei na conversa com a manicure. Ela contou-me que morava na Rocinha (a maior favela do mundo) e gostava muito, ela disse que toda a família dela morava lá. Ela disse que gostava das festas de "forró" e do facto de lá ser tudo mais barato. Segundo ela só era chato quando o morro entrava em guerra e não podia sair de casa, ás vezes passava mais de um dia sem sair de casa, sem poder ir trabalhar por causa do perigo. Mas disso isto da mesma forma que eu digo que é chato quando chove torrencialmente. Ela vendo a minha curiosidade me convidou para ir com ela à Rocinha, ela disse que estando com alguém de lá não tinha perigo. Disse que não dava porque já regressava no dia seguinte.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Mau tempo

Hoje sinto-me assim!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Partilhar estórias

Passeios à chuva para tirar fotos em Piccadily à noite. Partilhar Fondue de Chocolate no Hangen Dazs. Visitar o Harrods e perder horas entre milhares de coisas inúteis, maravilhosas e caríssimas. Saciar o desejo consumista na Primark. Lanchar no Kryspy Cream de Holborn e perdermo-nos a conversar sobre a educação das nossas mães até sermos interrompidas pelo funcionário da loja que está a sair do turno e adivinha que falamos português. Adormecer depois das 4 da manhã por ficarmos perdidas em conversas sobre assuntos dolorosos mas necessários.

O partilhar de estórias há tanto tempo é que faz a nossa ligação tão especial. Muita coisa muda, muitas pessoas passam nas nossas vidas mas nós continuamos nas vidas uma das outras.

Porque não temos todo o tempo do mundo...




segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Divagando no meu mundo

"Tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras; sou irritável e piro facilmente; também sou muito calma e perdôo logo; não esqueço nunca; mas há poucas coisas de que eu me lembre; sou paciente, mas profundamente colérica, como a maioria dos pacientes; as pessoas nunca me irritam mesmo, certamente porque eu as perdôo de antemão; gosto muito das pessoas por egoísmo: é que elas se parecem no fundo comigo; nunca esqueço uma ofensa, o que é uma verdade, mas como pode ser verdade, se as ofensas saem de minha cabeça como se nunca nela tivessem entrando? Tenho uma paz profunda, somente porque ela é profunda e não pode ser sequer atingida por mim mesmo; se fosse alcançável por mim, eu não teria um minuto de paz; quanto a minha paz superficial, ela é uma alusão à verdadeira paz; outra coisa que esqueci é que há outra alusão em mim - a do mundo grande e aberto; apesar do meu ar duro, sou cheia de muito amor e é isso o que certamente me dá uma grandeza...”

Clarice Lispector

Há momentos que tenho que ser eu, sem me importar com nada. Com nada não, porque há pessoas que sempre eu me importo com elas. Porque elas são grandes no meu mundo. Grandes por serem capazes de errar e reconhecer que erraram. Grandes por não tentarem ser sempre mais que os outros pondo as suas insegurancas nos outros e querendo ser superiores e por isso por também saberem ser humildes e reconhecer que erraram é que são grandes no meu mundo.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Acabado

Hoje acabou o prazo para a entrega do meu trabalho. Afinal não foram 5000 palavras. O trabalho foi entregue com 6000, sem contar bibliografia e anexos. E não foram mais porque não houve tempo para aprofundar a análise. Nesse caso também iria necessitar de mais tempo para ler, reler e cortar texto. Está feito, é menos um problema mas não é um menos peso, porque sinto que poderia ter feito mais. O costume. Mas nem vou pôr-me a dizer que da proxima eu começo a trabalhar mais cedo, porque nem eu própria acredito mais nisso.

Novo desafio é já amanhã, desta vez é o francês a dor de cabeça. Mais pormenores brevemente que agora vou continuar a minha leitura em francês.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Portugal como exemplo

Portugal tem muitos exemplos de negócios de sucesso e que lá fora são olhados como exemplos a seguir, essencialmente pela filosofia que seguem.
Esta semana no Brand Channel pode-se ler na história da semana:
"Portuguese Brands: Why the past is the future"

domingo, 11 de janeiro de 2009

Achado

Hoje encontrei uma máquina fotográfica no St. James Park. Se não fosse o gelo a máquina estaria na água, mas aquela parte do lago estava congelada e lá estava a máquina na borda intacta.

Ainda tentei através das fotos na máquina ver se via o dono da máquina por ali. Mas não vi ninguém que parecesse com as fotos tiradas ali mesmo no parque, nem ninguém com o ar de quem procura alguma coisa que perdeu. E como achado não é roubado...

Quando vinha no metro voltei a a ver as fotos. E não é que a máquina está cheia de fotos de umas lésbicas, que de certeza passaram os últimos dias em Londres a namorar imenso, é que é beijos em todas as fotos, lool.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A neve em Barcelos


E a neve deixa Portugal atônito

Hoje todas as pessoas que estão em Portugal e que falaram comigo pela MSN, ou pelo Skype foram todas muito ariginais no assunto:

Está a nevar!
Está a nevar em Braga!
Está a nevar em Gaia!
Está a nevar em Barcelos!
Está tudo louco com a neve que cai aqui!

E a todas tive que responder:

Não não está a nevar em Londres!

Pelos vistos a neve é mesmo muita já que colegas da minha irmã, que trabalha na Maia, enquanto trabalhavam receberam chamadas das escolas para irem buscar os filhos!!!

Os meus primos com 8, 14 e 16 que moram em Sabrosa foram mandados para casa, a escola fechou.

Bem ao menos durante um dia ou dois ninguém se vai lembrar dos árbitros ou da ministra da educação:)

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Sol de Inverno

Hoje enquanto caminhava para a universidade, o sol que me cegava os olhos, mas não me aquecia, lembrou-me a canção "Sol de Inverno" que Simone de Oliveira popularizou num Festival da Canção. Mas não é na voz de Simone que o "Sol de Inverno" me chega na memória. A memória traz-me os muitos festivais de tunas que acompanhei e as tantas vezes que vi a TAL interpretar esta música. Lembro-me especialmente da última vez que vi a TAL interpretar esta música na Casa da Música. Foi um bonito espectáculo.

O frio aperta aqui em Londres. O sol aparece radioso mas sem calor como se zangado e a rir do nosso frio e do nosso desejo de algo que nos aqueça.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Entre teorias

A tentar desenvolver teorias. A ler teorias económicas. E a tentar salvar-me com decência da guerra que se transformou a troca de e-mails entre os meus colegas de grupo do "Focus Group". Quanto mais leio mais acho que tenho de ler. Acho que não vou chegar a nenhuma teoria nunca. Logo eu que não gosto de uma teoria, gosto de tudo em aberto. Pelo menos estou a adorar fazer este trabalho, apesar de achar que não vou conseguir fazer um grande trabalho!

PS: Não te preocupes Teorias não tenciono roubar-te o lugar, apenas envolvida em teorias por obrigação:)

sábado, 3 de janeiro de 2009

Mãos à obra

Hoje que até teve um dia bom aqui em Londres, com solzinho, eu despachei o pessoal todo, que está aqui em casa devido à passagem de ano, para Notting Hill e resolvi ficar em casa para começar o trabalho que tenho de apresentar até dia 13, para uma das cadeiras de mestrado. Tive quase um colapso cardíaco. Eu já sabia que era complicado. Eu já sabia que ia ser exigente. Mas andava sempre adiar iniciar a sério. Acho que vou ter uma semana muito agitada, entre os livros que tenho que pesquisar na biblioteca e o computador em casa para escrever o trabalho!