quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Vida tranquila

Anda tudo tão tranquilo, tão tranquilo, que nem tenho tido inspiração para escrever por aqui.

Eu para viver preciso de stress, prazos, trabalho acumulado, coisas sem fim a me encher a cabeça... e neste momento a minha vida está em modo automático. Trabalho, casa, trabalho, aulas de português (tenho dois alunos:), e nos últimos fins-de-semana jantar com os amigos e sair para dançar ao fim-de-semana ou seja tudo muito normal.

Hoje o telefone de minha casa tocou. Ele nunca toca. Só quando os franceses moravam aqui o telefone tocava. Desde Abril só me lembro de o telefone tocar uma vez... e lembrar desse telefonema trouxe-me saudades de sentimentos que agora estão tão tranquilos.

terça-feira, 11 de agosto de 2009


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Nostalgia

"Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca."

Machado de Assis, "Dom Casmurro"

Essa força que nos puxa que nos arrasta para perto que só alguns olhares são capazes, só Machado de Assis foi capaz de descrever ao descrever os olhos de Capitu como olhos de ressaca. Hoje sinto-me nostálgica, lembro de livros que li há tanto tempo que nem sei quando foi, de histórias que já nem sem mais se vivi, se li ou se guardei no coração...

domingo, 9 de agosto de 2009

Leituras de Domingo

Em todas as almas há coisas secretas cujo segredo é guardado até à morte delas. E são guardadas, mesmo nos momentos mais sinceros, quando nos abismos nos expomos, todos doloridos, num lance de angústia, em face dos amigos mais queridos - porque as palavras que as poderiam traduzir seriam ridículas, mesquinhas, incompreensíveis ao mais perspicaz. Estas coisas são materialmente impossíveis de serem ditas. A própria Natureza as encerrou - não permitindo que a garganta humana pudesse arranjar sons para as exprimir - apenas sons para as caricaturar. E como essas ideias-entranha são as coisas que mais estimamos, falta-nos sempre a coragem de as caricaturar. Daqui os «isolados» que todos nós, os homens, somos. Duas almas que se compreendam inteiramente, que se conheçam, que saibam mutuamente tudo quanto nelas vive - não existem. Nem poderiam existir. No dia em que se compreendessem totalmente - ó ideal dos amorosos! - eu tenho a certeza que se fundiriam numa só. E os corpos morreriam.

Mário de Sá-Carneiro, in 'Cartas a Fernando Pessoa'

sábado, 8 de agosto de 2009

Altos decibéis

O bom de estar sozinha em casa é poder ouvir música nas alturas o dia todo. Eu quando morava com os meus pais e os meus irmãos tinha sempre o rádio ligado, e eles que me aturassem, mas agora tenho de ser um pouquinho mais civilizada:)

Não posso negar também que como quando estou sozinha ouço todos os barulhos possíveis da casa e tenho sempre a sensação que ouvi alguém dentro de casa e a música afasta essas paranóias da minha cabeça.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Agosto

Em outros Agostos estaria desesperada por férias. Estaria cansada e a sonhar passar uns dias longe da rotina. Em outros Agostos Julho não era mês que eu contasse, mas apenas o mês em que eu contava os dias para estar de férias.

Este Agosto sinto-me leve. Sei que vou trabalhar mais do que nos últimos meses. Sei que não vou ter sol nem praia. Este Agosto tenho a tranquilidade de quem aprende a ser paciente e a tanquilidade de quem espera por algo que não sabe ainda o que é mas que sabe que será bom.