Mas onde está o meu coração? No sossego da cidade que me criou, onde em cada esquina esbarro com memórias minhas, onde tenho o conforto dos que me amam. Ou será que o meu coração prende-se no desafio de uma cidade que não me dá nada com facilidade, que todos os dias me provoca e que me trata como uma bruxa em contas de fada que me mostra uma maça vermelha e muita apetitosa, a põe mesmo à minha frente mas nunca a me deixa alcançar. E depois há mais outras, que se mostram e me roubam também o coração e que me dizem que eu ali eu também posso realizar os meus sonhos e me chamam com o mesmo canto que as sereias cantam. Eu não sei decidir, eu não quero decidir...
É perdida neste pensamentos que, momentaneamente, invejo quem nasceu e sempre viveu no mesmo lugar, quem não conhece o resto por isso pode ter um amor devoto por apenas um único lugar, sem dúvidas, sem nada a decidir ou escolher. Ou quem por força maior tem limitadas as escolhas e as opções acabam por se fechar reduzindo-se apenas a uma óbvia e sem margem para escolhas.
Mas quem foi feliz em muitos lugares não pode ter o coração só num lugar e não pode nunca deixar de querer estar em todos os lugares com a mesma ânsia e necessidade.
E falta um mês para as férias de Natal!