É estranho como os lugares nos marcam e quando regressamos procuramos lá a nossa marca e tudo que temos é a memória. A nossa memória e a memória daqueles que nos recordam. Muitos nos recordam e nós não os recordamos. É difícil manter memórias de um sítio que deixamos há mais de vinte anos, quando ainda éramos crianças.
Regressar é tentar voltar a lembrar. Voltar é tentar encontrar algo que nos avive a memória ou algo que corresponda ao que durante os anos fomos guardando em nós. Mas tudo mudou, apesar das ruas e das pessoas ainda serem as mesmas. Se calhar fui eu que mudei. Mas aquele canto vai estar sempre marcado em mim, porque sou o que sou, também por ter vindo dali.
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